Atualizada em 1974, a missão da Companhia de Jesus se resume no lema: "o serviço da fé e a promoção da justiça". É isso que a Companhia e os jesuítas querem oferecer à Igreja através das mútiplas obras que leva adiante. Essa missão favoreceu nas útimas décadas uma profunda transformação da Companhia, presente em 137 países. Foi uma renovação dos corações e das instituições.
Quem conhece o CCB (Centro Cultural de Brasília) percebe que é essa missão que orienta todas as suas atividades, como bem o indica a definição da nossa "missão", de "quem somos" e da "visão do futuro" na entrada do Centro, além da escultura de santo Inácio peregrino.
Para essa obra em favor da justiça - a justiça do Reino que Jesus veio inaugurar - o CCB trabalha junto com parceiros da Igreja que partilham os mesmos valores e perspectivas, tais como a CNBB, a Comissão Brasileira Justiça e Paz, as Pastorais Sociais, e com parceiros da sociedade civil como o Grito dos Excluídos e a Campanha Jubileu contra as dívidas.
A Justiça se fundamenta na dignidade das pessoas com direitos e deveres. A criança que nasce, por ser pessoa humana, nasce com direitos que lhe permitam crescer, cultivar os seus talentos, se tornar adulta e viver como membro da família humana.
Os direitos sociais são a parte fundamental, básica, dos direitos humanos. Eles são inscritos em muitas declarações da ONU e de outras instituições internacionais, bem como nas Constituições de muitos países. São os direitos à educação, à saúde, ao trabalho, ao lazer, à segurança, à previdência social, à moradia (Constituição federal de 1988, artigo 6º). Há toda uma campanha para que o direito à alimentação seja inscrito na Constituição.
Os direitos sociais são uma proteção para garantir condições de vida digna para todos os cidadãos. O Brasil é tão rico de muitos recursos naturais que poderia garantir esses direitos básicos a todos os cidadãos. Mas, infelizmente falta ainda muito para que esses direitos sociais sejam respeitados. Há situações sócio-políticas, antidemocráticas, que bloqueiam a sua aplicação.
Além dos direitos sociais, mas estreitamente artículo a eles vem os direitos civis e políticos. Trata-se antes de tudo de garantir as liberdades individuais e coletivas, respeitando as diferenças, construindo o pluralismo. São os direitos de proteção da dignidade da pessoa; de garantia de acesso à justiça; de respeito da privacidade; de liberdade de circular; de "contrair matrimônio e fundar uma família"; à propriedade; de "liberdade de pensamento, consciência e religião"; à "liberdade de opinião e expressão"; e outros.
Construir e respeitar os Direitos Humanos, em particular os inscritos na Declaração Universal da ONU de dezembro de 1948, é estabelecer as bases duma sociedade mais justa e democrática. Hoje há toda uma mobilização para o reconhecimento de novos direitos em particular os econômicos, culturais, ambientais e de gênero.
A encíclica Pacem in Terris (Paz na Terra) do papa João 23 em 1963, é de certa maneira uma tradução em termos religiosos e eclesiais da declaração de 1948. São muitas as possíveis aproximações entre os direitos humanos, que defendem a vida, a liberdade e a dignidade, e os princípios e valores do Evangelho.
O serviço da fé está ligado à promoção da justiça. Quem serve a fé em todas as suas dimensões sente viva a dimensão social e política do Evangelho. E aquele que trabalha para a promoção da justiça descobre como o Evangelho é uma fonte para entender melhor a verdadeira dimensão da justiça. É um pouco essa articulação entre fé e justiça que tentamos viver no CCB, com a participação de muitos/as.
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